Fui demitido, e agora? Como lidar com a ansiedade deste momento!
- Karine Mueller

- 6 de out. de 2024
- 4 min de leitura
Através da escuta ativa dos clientes que estão desempregados e buscam apoio no Programa de Recolocação Profissional para retornarem ao mercado de trabalho, percebo que muitos enfrentam sintomas semelhantes — a ansiedade decorrente do rompimento com o antigo emprego, o que denominamos "ansiedade de separação".
Vou contar a história de uma cliente, cujo nome fictício será Isabella, para preservar o sigilo profissional.

Isabella trabalhou por 17 anos em uma empresa de renome no setor financeiro privado. Nos últimos tempos, estava exausta e estressada, sobrecarregada pela pressão constante de atingir metas agressivas em diferentes produtos. O ritmo intenso e o modelo comercial da empresa estavam drenando sua energia.
Ela sempre se destacou no que fazia, comprometida com a excelência e muito exigente consigo mesma. Buscava constantemente alcançar as metas, mas a cobrança, tanto interna quanto externa, era imensa. Certo dia, Isabella me procurou, por indicação, e confidenciou que precisava mudar de emprego, pois não aguentava mais a pressão. Começamos o processo de transição, e, já no segundo encontro, ela me contou que havia sido demitida.
Curiosamente, para Isabella, a demissão foi um alívio. Ela já estava se preparando emocionalmente para sair e sabia que o mercado oferecia oportunidades. A notícia, apesar de impactante, não foi uma surpresa completa. Percebo que, de certa forma, ela já havia começado a provocar esse desfecho. Com a garantia de seus direitos trabalhistas, ela pôde encarar a nova fase com mais tranquilidade.
No entanto, depois das primeiras semanas de euforia — aproveitadas para descansar, estar com a família e fazer passeios —, Isabella começou a sentir um vazio.
Ela não estava preparada para:
Não acordar mais às 6h para se arrumar para o trabalho...
Não ser recebida com um sorriso pelo porteiro do escritório...
Não ter mais as conversas diárias com os colegas, compartilhando os desafios do dia a dia...
Fazer o próprio almoço e comer sozinha, sem a companhia habitual nos restaurantes...
Não ouvir mais as reclamações da colega sobre o trabalho ou as cobranças insistentes da chefe por metas atingidas...
Esse vazio trouxe à tona a dor da separação. Isabella passou 10 anos da sua vida nessa rotina, uma rotina que, apesar de desgastante, era familiar e segura. O rompimento, mesmo necessário, ainda assim foi doloroso. A separação de um ambiente de trabalho, especialmente depois de tanto tempo, mexe com os vínculos emocionais e as expectativas que construímos para o futuro.
A demissão afetou não apenas a vida profissional de Isabella, mas também sua vida pessoal e familiar. O sentimento de vazio abriu espaço para o medo. Inúmeras preocupações surgiram: como seria sua situação financeira? Como estava o mercado de trabalho? O que viria a seguir? Com essas dúvidas, veio a ansiedade.
Ela se tornou mais sensível, frequentemente chorava sem motivo aparente...
A paciência com a família diminuiu, e a irritação crescia...
Ela começou a se isolar, ficando mais quieta e reservada...
Não via mais sentido em se arrumar; afinal, para quê, se estava em casa?
Levantava da cama com dificuldade, e algumas vezes nem conseguia...
Isabella PARALISOU. Não tinha ânimo nem para enviar seu currículo para aquela excelente indicação que havia recebido.
Mas por que tudo isso aconteceu?
Porque essa fase é normal. Quando rompemos um vínculo forte — seja na vida amorosa, profissional ou familiar —, passamos por um processo de luto. Esses sentimentos são parte do caminho para superar e se fortalecer. É importante permitir-se vivê-los, saber que está tudo bem sentir assim. MAS...
Aqui vai um ponto de ATENÇÃO: se essa fase se prolongar por mais de três semanas, é hora de agir. É o momento de parar, olhar para si e se colocar em AÇÃO!
Olhar para si significa não deixar que pensamentos negativos dominem. Não se deixar PARALISAR pelo medo, mas sim canalizá-lo para a CORAGEM! Aproveitar esse tempo precioso para planejar o que você realmente deseja e seguir com FOCO e DETERMINAÇÃO.
LEVANTE-SE e agradeça pela oportunidade de ter tempo para cuidar de você! Aproveite para realizar atividades físicas, passear com a família, fazer os exames médicos, praticar seus hobbies, tudo aquilo que deseja realizar, mas que por falta de tempo devido ao trabalho não conseguia. E principalmente, use esse período para planejar estrategicamente e trilhar o caminho da sua nova carreira, VIVENDO O PRESENTE!
E o que é viver o presente? É viver o agora, focar no momento atual, deixar o passado para trás e não ficar ansioso com o futuro. Muitas pessoas ficam tão presas ao passado que não conseguem avançar, ou tão preocupadas com o futuro que se esquecem de aproveitar o presente. Depressão, muitas vezes, é o resultado de um apego excessivo ao passado, enquanto a ansiedade vem da preocupação com o que está por vir.
Então, qual é a solução?
Viver o PRESENTE. Só no presente você pode agir, tomar decisões e construir sua nova jornada. O poder está em suas mãos! Cabe a você decidir se vai mudar o que incomoda ou aceitar a situação. A força está dentro de você!
Porém, se você se sentir muito perdido nessa fase de transição, busque ajuda de um orientador de carreira, de preferência um psicólogo especializado em questões organizacionais, para que essa mudança seja mais leve, saudável e assertiva.

Como Consultora de Carreira e Psicóloga tenho ajudado +3.500 profissionais de diversos segmentos e áreas de atuação a entender melhor seus problemas que impactam o campo emocional do trabalho, ao longo dos 10 anos que possuo minha empresa em Consultoria de Carreira.
Como cheguei ali em cima?☝️
Psicóloga, com MBA em Gestão de Pessoas e vivência no exterior. Possuo + de 17 anos de experiência na área de RH, onde desenvolvi ao longo da minha carreira diversos trabalhos como Consultora Interna e Externa, trabalhando em diferentes projetos no setor de RH, atuando como Analista e Coordenadora de RH em empresas nacionais de médio e grande porte.
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